domingo, 14 de novembro de 2010

E o salário ó...

No dia 14 de Outubro, eu e minha colega Mariana fizemos outra visita ao supracitado Colégio Estadual que estamos acompanhando as atividades deste semestre. Procuramos por algum professor da casa que lecionasse Língua Estrangeira - Inglês e então conhecemos a Profº Flávia, que muito solícita aceitou bater um papo conosco e tirar algumas das nossas dúvidas sobre as aulas da disciplina por lá.
Para começo de conversa, ela anteriormente era profª de Língua Portuguesa. Porém a escola precisou de alguém que lecionasse Inglês e ela se propôs ao desafio,pois embora tenha a licenciatura em ambas as modalidades, não tinha experiência em sala de aula ensinando a língua do Tio Sam. Então, há  1 ano e meio ela vem superando seus limites no quesito preparo e ainda assim entrou para um cursinho de línguas em uma escola particular, para que pudesse desenferrujar um pouco.
A escola não disponibiliza de livro didático ou qualquer outro recurso para ser trabalhado em classe. O que é um absurdo,pois o ensino de segunda língua é agora posto como obrigatório nas legislações acerca da educação no Brasil, mas sem um suporte material as coisas se complicam.
Como "solução" para o problema de textos escritos em outra lingua e ainda para evitar que os alunos não leiam o material solicitado, a profª adotou um sistema de quantificação por material copiado. Ou seja, ela passa determinado texto para ser lido e os alunos que apresentarem o texto xerocopiado ou copiado no caderno recebem um visto que no final da unidade será transformado em nota de participação. Cerca de dois pontos da média são destinados a este tipo de atividade; ou seja, algo que deveria ser inato e próprio dever do aluno, transforma-se em um método avaliativo e quantitativo devido a falta de suporte que o sistema dá ao professor.
Quanto ao método de ensino utilizado, são basicamente analisados os aspectos gramaticais da língua, esquecendo totalmente a função comunicativa primordial, e abordando apenas as partes massivas e de certa forma entediantes para o aluno. Com isso podemos notar que a classe nunca se sentirá atraída por uma disciplina que entra ano sai ano enfia goela abaixo o TO BE. Ninguém merece, tampouco alunos que já tem dificuldades de domínio da norma culta com a propria língua, quiçá com uma lingua vinda de um contexto totalmente alheio ao deles.
É complicado o uso de mídia em sala, e a profª admitiu ser uma falha também dela, por não ter domínio com tais equipamentos. O que ainda assim não é culpa exclusiva dela, pois o Estado deveria manter seus educadores a par das evoluções tecnologicas, custeando cursos de aprimoração e conhecimento de técnicas para poder usar determinados recursos em sala e otimizar as aulas para atrair ainda mais o interesse dos alunos.
Foi uma conversa agradável e esclarecedora, e embora não tivemos a oportunidade de assistir uma aula no Colégio, foi interessante ver o quanto o profissional tem que se esforçar e utilizar de sua criatividade e esforços próprios para conseguir passar algum tipo de conteúdo e manter de certa forma uma aula digna e produtiva.
Mas como dizia o amado mestre... "e o salário ó!"

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